Monday, October 26, 2009

Certeza Desconhecida

.


Estou destapado, descomedido e sem receios.

Esta é a nova forma de enfrentar o escuro…

Dono de perspicácia aguçada, levo a construção do ego

ao máximo escrutínio! Sou arremessado para o desconhecido

e sei que não vou ter medo. Levo comigo esperança.

Um dia, quem sabe um dia…

Quando tudo for mais claro e cristalino a meus olhos; quando

o desvario de sentimentos se transformar em portentosas certezas.

Mas certezas de quê?

O que é isso que se chama cumplicidade?

Quantas vezes terei de tentar até alcançar o que procuro, que no fundo

é tão simples? Mantenho-me firme naquilo em que acredito!

E certamente serei o poeta que irá escrever os versos

que compõem as artérias do teu coração.

Resta-me saber… quem és? Quem és?! Onde estás que não te encontro?

Tenho esperança.

E sei que tu existes… porque eu te sinto. Pergunto-me, no entanto,

no interminável e escorreito espanto:

Tens coragem de me abraçar? É comigo que queres estar?

Tens a certeza?

Eu sou meu. E gosto de ser como sou, de mim como sou.

Mas porque não partilhar-me contigo, se tão melhor me torno

quando te sonho?

Mantenho a esperança, porque quem espera…

Sunday, October 18, 2009

Livre Arbítrio

.


Este verso está fora do sítio!
Sei porque sou eu a caneta que espreme este poema
e não vou permitir tão leviano livre arbítrio.

Entro na estrofe, desta vez mais confiante,
porque escrevo o que quero e erros não cometo.
Mas afinal o que se passa? Devo estar delirante…
aquela danada não é uma estrofe, é um terceto!

Prometo. Nunca mais vou deixar a palavra escrita.
Sejam estrofes ou tercetos, versos soltos ou sonetos,
vou dizer o que disser e quem não quiser, não acredita.

Resta-me perceber onde posso meter o livre arbítrio,
porque cheguei ao fim do poema,
e o maldito verso… continua fora do sítio.

Monday, October 12, 2009

Doze

.


Penso em ti todos os dias…
Todos todos sem excepção.
Penso na falta que me fazias
e tento controlar a desilusão.

E depois de pensar reflicto mais um pouco,
choro e grito e berro sem me queixar
e lentamente vou ficando louco.
Fica complicado, insuportável de aguentar.

Mas que remédio tenho eu? Que alternativa?
Se não há volta possível, não há voltar a ver.
Não te encontro porque ficaste desaparecida,
e por muito que queira não chega só querer.

E é no dia doze que te faço um tributo.
Simples, sem ornamentos fúteis ou complicações.
É assim que extravazo o meu luto,
e sou absorvido por nefastas emoções.

Ah! Mas que falta me fazias...
Todos os dias presente ou à espreita,
acertavas sempre no que me dizias,
e nunca nunca me fizeste uma desfeita.



Era no dia doze que fazias mais um aninho...
É no dia doze que te recordo
e me pergunto porque me deixaste sozinho.

Friday, October 02, 2009

Fanático

.


Viciado, estou viciado!
Agarrado como um fanático desesperado.
Dependente… dependo daquilo que quero
e fico danado! DANADO! Fico colado…
Porque quero, porque sinto, porque gosto!
Porque estou viciado.
Completamente descontrolado, espero,
mas estou sempre agarrado, maravilhado!
Em nada mais consigo pensar, reverberado,
insistente e desafiado e por consequência viciado:
no predicado.
Ah! mas eu vou predicar! Vou falar e cantar,
gritar o vício do fanático, do louco agarrado
que não consegue desgrudar!
E certamente irei exclamar… ao invés de cair,
vou-me levantar e agarrar:
o vício do querer.
Qual fanático embriagado de prazer.