Monday, January 23, 2012

Os sonhadores


Diz-se desde sempre que o amor é loucura,
é fogo dos sentidos. É ficarmos sem abrigo para
a razão. Dizem que não conseguimos dizer não.
Não se conformem com a ilusão!

Estamos todos juntos no corredor dos impossíveis
que nos fazem acreditar que algum dia… algum dia…
algum dia vamos parar de sonhar e passar a não
parar de acreditar:
Que o sonho é possível.
O amor, o esplendor de tudo o que nos rodeia…
envolve-nos e torna-nos mais fortes, crentes
na esperança de um amanhecer mais confortável.
Seremos todos racionais um dia, sentiremos com
o discernir de quem não se conforma com a simples
espera, a derradeira espera que por nós espera.
Vamos esperar?
Ou vamo-nos submergir no outro, vamos aproveitar
tudo, sugar tudo o que o sentimento alheio tem
para nos dar? Seja na forma de um dia de sol ou
das primeiras gotas de chuva de um qualquer outono.
Seja a ver um outro qualquer sorrir, ou uma folha a cair
lentamente, a dançar com a árvore à qual já não pertence mas
que sempre a protegeu, numa dança que caminha, eloquente,
harmoniosa, até à terra a que todos vamos parar um dia.
Vamos ouvir.
Ouvir o outro, o que tem para nos dizer. Ouvir uma criança
a brincar ou um velho que já ouve mal…
mas fala.
Vamos estar atentos ao pormenor, às pequenas coisas
que fazem a nossa existência grande.
Somos incomparáveis, somos invencíveis!
Se assim o quisermos, podemo-nos revezar com a alegria.
Vamos raciocinar.
Mas com conta peso e medida, porque o sentir
é mais importante, o sentir é o que nos faz ver.
É o que nos faz amar, sorrir, chorar, gritar.
É o que nos faz ficar sem voz mas mesmo assim nos faz
tentar cantar.
É o que nos faz sonhar.
Eu sinto, logo existo, e então e só então…
Raciocino.

Não há razão que raciocine o sentir.
Pois eu rasgo o pensamento com o ímpeto
da paixão. Sou apaixonado pela razão!