Sunday, May 31, 2009

Pobre coitado

E agora para algo completamente diferente...


Era uma vez…

Um pobre coitado.

Quer dizer… de pobre não tinha nada,

porque era um pobre sem nada.

Era pobre.

Não tinha nada, um pobre de nada com nada.

Coitado.

Saturday, May 30, 2009

Tempestade

Tempestade de ideias originais
no gozo que desprende um riso grave.
Trovões e raios rebentam sem se ouvir
na loucura de nós, sós.
Por fim, no fim e enfim, em mim.
Em ti, para ti e de ti, vi
relâmpagos de beleza proibida, tentadora…
faíscas sonhadoras daquilo que nunca foi.
Imprevistos de luz que cegam o olhar,
o sentir, o observar e o possuir
impossível de rebentar numa explosão que conduz.

A carga oscila:

Positivo… Negativo…



E surge o derradeiro, o último trovejar!
Nas nuvens carregadas de sentimentos a descobrir,
chovem limalhas de ti.
Banhadas com o perfume da tentação,
corroem o pensamento fluorescente.
Fósforos queimados, brasas enfurecidas
na trovoada do desejo.

Ver-te e sentir o trovão
que lampeja e palpita na incerteza da proibição.

Wednesday, May 20, 2009

Esse


Os sussurros que sibilam pelo sonho,

assobiam sossegadamente sozinhos.

Sentem-se sós.

Assoberbados pela eloquência do ser

superior que sustenta a sobriedade.

São assumidamente assuntos de

insuspeita sabedoria, paciência.

E esse que silva o suco de si,

aspira à sagacidade assaz incerta.

Surge o sonhador.

Assim… sem saber soçobrar, assina

o seu destino simples de perscrutar.


São sublimes açoites que fustigam

o insuportável susto do sensato.

Thursday, May 14, 2009

Preto no Branco



Em alvas sombras surge
em negras luzes se confunde,
numa dança brilhante, ofuscante
onde tudo se perde, nada se ilude.
Algo dança com o silêncio,
e desliza sobre a corrente do tempo.


Porque no viver tudo urge,
numa mistura de dor que transcende…
Sentimento calado, de tom berrante.
Quando tudo se vai, a tudo se alude.
Nos tempos que nada fica, Penso.
Aromatizo a saudade com cheiro intenso.


A dor não se evita, aparece.
O sentir não suscita, engrandece.

Sunday, May 10, 2009

Solidão

“Tenho pressa. Tudo me espera onde não existo. Nada existe onde não estou e não estou em nenhum lado (…). Sou a solidão.”
José Luís Peixoto


Não ouço Nada.
Vejo com os olhos fechados
o silêncio dos sentidos embrulhados
na espera descontrolada.

Sinto a tua presença.
Não te consigo perscrutar, mas estás aí!
Em tudo aquilo que não fiz e não senti
fico só, na lembrança.

Solidão, desgraçada e matreira.
Noites escurecidas pela existência,
pela perseverança e insistência
em delírios e vaidades sem estribeira.

E o Tudo não me ouve e não me sente
na espera que constrói o seu caminho,
por vias de flores sem raiz e com espinho.
Rosas que perfuram a sensação demente.


Tenho pressa e consigo ver um pouco de sensação.
Estou lá, danço uma valsa com a emoção.

Sunday, May 03, 2009

Confusão


Confuso começar

Onde se agarrar?

Não pode

Fugir, saltar para

Um lado que

Nem sempre será certo

De se cair,

Impedindo a vontade de

Raciocinar.


Engano da mente que

Não questiona, sente;

Gosta de perguntar

A quem a entende e

Não responde, ajuda e

Agradece.

Responde… cala-se e desaparece.


Distraindo o pensamento

Incongruente e enganado;

Sente-se abalroado…

Traído – talvez irado mas

Resplandece de ironia,

Aquela que é o dom do artífice,

Instigado a enganar, confundindo,

Roendo a dura verdade do engano.