Wednesday, May 16, 2012

Falta de Ar



Um suspiro sussurra os lamentos de ontem
à procura de uma brisa que o leve
para longe… para bem longe.
Sente-se sozinho, sem companhia.
Mas afinal um suspiro é só isso
um suspiro.
Qual nesga de ar sem espaço para crescer.

Mas cresce.
Lentamente, transforma-se em grito
e berra cá para fora as suas angústias.
Sonha que um dia vai conseguir
gritar em grupo, fazer um coro
de berros que façam muito barulho!
Quer voar, dar asas a tudo o que sonhou.

Nos espaços mais recônditos
escondidos nas profundezas de nós
estão sentados, à espera e em alerta paciente…
todos os sonhos recatados
todas as vontades despedaçadas.
Vão emergir um dia, envergonhados mas possantes,
empurrados através da luminosidade alva.

1 comment:

Anonymous said...

Gostei, gostei bastante deste poema! Abraço, Tuka