Saturday, September 13, 2008

... a determinar ...

Desde que te vi partir ando inseguro, e triste.
Desde esse dia me pergunto, será que me viste?
Ou me sentiste?
Será que me ouviste?
E tudo na vida se tornou questão, interrogação!
Aquele momento... aquela emoção,
que destrói a alma, e parte o coração.


Desde o mal fadado dia, número sete.
Que a hitória continua e se repete.
Desde que a asa se dobrou, se desdobrou, e se partiu...
Que o vento não mais soprou e fez parar o assobio;
que trazia a música do teu sorriso, sempre arredio,
mas se manteve de pé, nunca caiu!


Ah! Tanto que custou acordar
voltar a ver, ouvir, sentir e cheirar.
Mas acordei! E sabes o que fui encontrar?
Uma espécie de flôr rara, que nada tem de vulgar.
Como aquela única e preciosa flôr no cantinho do jardim...
Que sorria tímida e pouco, mas sorria para mim.


E assim fico com essa coisa a que chamamos lembrança,
gravada no meu pensamento, em forma de esperança.
E assim as palavras querem de novo sair
dizer as alegrias que ainda há para sentir,
contar a toda a gente o que te fazia sorrir.
Abraçar este novo sentimento. Não o deixar fugir.


Entre as ondas que rebentam no oceano da memória,
vem um pouco de ti, um pedaço da tua história
que funciona como o vento...
Sopra por trás agora, e traz consigo alento!
Mostra-me o caminho certo, na delicadeza do sentimento
e leva-me de novo na direcção do tempo.


Desde que te vi partir, ando mais sério e menos resoluto,
mas se há coisa que sempre fui, astuto!
E como tu... delicado e doce, que nem um puto.
Aspirante a poeta me tornei, talvez até bruto
para quebrar o enguiço que persiste
em não me deixar palavrear, tudo aquilo que existe.


E insiste! Vou persistir, deslumbrar a palavra que teima
apagar o fogo que arde e que se vê, mas nunca queima.
E assim voltar a sorrir novamente,
tentar dizer e repetir, ser paciente...
Parar de olhar para trás, e vêr em frente
o teu sorriso outra vez,
porque foi ele que me fez...
diferente.
De tudo e de todos, de toda a gente.

6 comments:

Anonymous said...

voltaste em grande!!!
E que grande te tornaste!!!
Adoro!! por tudo, por cada palavra, pela sonorinadade, por cada sentimento, pela mensagem!!
Gosto sobretudo por ser um pedaço da tua história! Por ser um alento!
A cada dia que passa gosto mais e mais de ti!Qq dia n caibo em mim de tanto gostar :) Obrigada por partilhares!!
E lá por ser suspeita, n quer dizer q n consiga abstrair-me e achar que está mais do que eu possa descrever ou dizer!!! Apenas um pedaço de mim está contigo e acabo o poema com um sorriso!!
Obrigada!!
Rita

Anonymous said...

estou cansada, cansada, cansada... venho aqui pelo menos 1 vez por semana e nada, nada, nada... abre a gaveta e partilha! ou abre o coração. Ou...
Queria tanto ler mais!....
sgnd tinkypinky

Anonymous said...

Assim é que é. Keep it up bUoy!

Anonymous said...

Parabéns Rui bonito poema 😊 tal como a tua mãe com os seus lindos olhos verdes e a sua voz doce que tive o prazer de conhecer... 😊 Cada vez que vejo girassóis lembro-me dela. Beijinhos Tânia Mota.

Anonymous said...

Querido Rui lindo como é bom não esquecer quem amamos.
Um dia um dia o abraço voltará....
Beijo Silvia

Rui Romano said...

Olá Rui,

Este poema é lindo, sentido, profundo, verdadeiro e ternurento. Ele explica a maravilhosa pessoa que a tua mãe era e a linda pessoa em que tu te tornaste, pois apenas mentes lindas poderiam escrever e sentir aquilo que tu sentes.

Um grande abraço deste teu grande amigo e admirador,
Rui Romano