Saturday, April 09, 2011

Quero crer

Olhei para ti de repente, como quem não presta atenção.
Logo fiquei ensimesmado com qualquer coisa,
um qualquer toque ou jeito ou não sei bem.
Fiquei atarantado com o sentir-te.
Senti-te entranhada no meu olhar, como se fosse…
como se fosse um emaranhado estranho de resolver.
Senti que desde que te senti não iria conseguir
aliviar o pensamento de ti. Agarrou-se a mim para
não mais desgrudar.
Fiquei fora de mim, mesmo fora!
Algo rejuvenesceu bem cá dentro onde os
arrepios dormem sossegadamente. Onde de repente
o suave suspiro de ti se transforma e se revela
uma dura tempestade de calafrios fulminantes.
Tudo irradia luz à volta do pensamento de ti.

Pensar em escuridão não faz sentido, porque
todos somos tolos de amor, todos queremos ser
donos do querer, do nosso querer. Mas não queremos
que seres diferentes nos digam que não podemos ser
iguais, que temos de ser afastados porque não sabemos bem porquê.
E infinitamente eu pergunto: porquê?
Porque tem de ser assim?
Se não te posso ter porque razão tenho de te querer?!
Poderia ficar confuso, poderia até ficar indiferente.
Só não sou capaz de ficar assim como que à espera…
à espera do ser que tu não podes ser.
Preciso de qualquer coisa para acreditar.
Quero acreditar no céu azul e na lua cheia.
Quero querer-te sem ter de te querer.
Repetir sem usar esta palavra outra vez.
Descrever-te sem te olhar, sem te ver.
Quero saber. Quero crer.

1 comment:

Anonymous said...

Lindo!
Pura e simplesmente linda a forma decritiva do poema!
Amor... Amor impossível... Simplesmente Amor, do pequeno gesto até ao sofrimento LINDO!

R.