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Estou todo a escorrer, a nadar no suor do tempo
que não passa e se desenvolve tão depressa.
Assim como o raciocinar descontrolado da cabeça,
nas intempestivas considerações fico acabado, fico lento.
Sinto também uma lágrima que me parece de crocodilo,
pois não tenho vontade de chorar, estou inerte, insensível.
Nada do que me agrada consegue ficar, tudo é perecível.
Fico com isto, mas sempre insatisfeito, não quero isto, mas aquilo!
Trabalho para esconder o que me atormenta, sou de pedra.
A lágrima já cá não está e o suor foi-se, repentino.
Tenho tudo dentro de mim e mesmo assim desatino,
A água fura a rocha que a recebe, que de tão furada, quebra.
Termino a sensação alucinado na contemplação de nada.
Grito! Revoltado, por não perceber coisa tão fútil, tão desgastada.
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