Atrofiado com o vazio do tempo
fico prostrado e ouço o som do mar.
É suave e violento, gutural e claro
como neve no topo de uma montanha.
Estou lá, no topo… e observo.
Vejo o tempo passar, passa sem parar
para pensar, porque o tempo não pensa.
Eu é que passo o tempo a pensar nos
pensamentos vazios do passar do tempo.
Vou ficando insensível à intemporalidade
do pensamento.
O mar é o meu modelo.
Posa para mim nu, e deixa-me divagar
sem fazer perguntas, sem ter pressa;
sem provavelmente se sentir observado.
Ou será que sente?
Sinto-me observado! Cada onda que chega
perto funciona como um aviso:
“Tu aí, estava aqui a pensar”.
É majestoso o mar, não é?
Sua majestade, o Mar.
A minha tempestade, o pensamento do mar.
O vazio do tempo que passa.
É grandioso o sentimento que tenho
de não me querer afogar.
Fico a flutuar.
Bem-vindo ao meu blog de poesia. Aqui publico com irregularidade os meus poemas. Na página principal só consegue ver dois, pois não quero uma página infinita. Para ler mais basta seguir os "links" do lado esquerdo. Após a publicação do primeiro livro, a divulgação continua a ser a palavra de ordem. Por isso, espero pelos seus comentários e se gostar, partilhe! Obrigado e boas leituras.
Tuesday, March 22, 2011
Saturday, March 12, 2011
Beijo
Lembras-te do que te disse a primeira vez que te beijei?
Tive uma enorme vontade de te beijar. “Pois beija-me beijoqueiro,
que eu quero-te beijar”.
Lembras-te dessa noite?
O ano estava a passar e todos estávamos passados,
embriagados com a passagem do ano.
Foi nesse ano que descobri o passar do tempo, foi nesse ano
que aprendi a não dar tempo ao tempo.
Foi quando te vi que fiquei sem tempo…
para respirar! Escondido, observava a naturalidade com que eras,
simplesmente eras.
Tão bonita.
Lembro-me do aroma suave do teu cabelo
quando, sem te aperceberes, o cheirava,
que nem um ladrão que não tem medo de ser apanhado.
Quis roubar esse cheiro e guardá-lo bem guardado.
E perdi-me no tempo a olhar-te.
Tudo em mim eram olhos que te sentiam. O teu olhar, o teu jeito de ser.
Tu.
Foi assim que te olhei, completamente nu.
O tempo passou devagar devagarinho, enquanto
eu cheirava e te olhava com vontade de querer.
Querer querer querer.
“Não posso mais, tenho de me aproximar!
Vou bem perto e roubo um pouco mais de aroma
e talvez ganhe coragem e talvez ganhe um beijo quem sabe.”
Só eu é que sei.
Os versos não chegam para fantasiar aquele momento que me fez sonhar.
Sonhei que éramos nós. Tu e eu unos num beijo perfeito,
sem tempo intemporal. Como se o acordar não existisse.
Agora somos nós, é a nossa vez de sonhar.
Anda, beija-me e vamos juntos sonhar.
Como é difícil esquecer.
Tanto te quis só para tanto te querer.
O adorar-te tornou-se a minha respiração. Respirava-te a cada olhar.
Suspirava por mais um beijo, mais um pouco de perfume,
mais um pouco de nós enquanto nós.
Divagava durante horas à espera de nós.
Tanto esperei e tanto gritei… fiquei sem voz.
Tive uma enorme vontade de te beijar. “Pois beija-me beijoqueiro,
que eu quero-te beijar”.
Lembras-te dessa noite?
O ano estava a passar e todos estávamos passados,
embriagados com a passagem do ano.
Foi nesse ano que descobri o passar do tempo, foi nesse ano
que aprendi a não dar tempo ao tempo.
Foi quando te vi que fiquei sem tempo…
para respirar! Escondido, observava a naturalidade com que eras,
simplesmente eras.
Tão bonita.
Lembro-me do aroma suave do teu cabelo
quando, sem te aperceberes, o cheirava,
que nem um ladrão que não tem medo de ser apanhado.
Quis roubar esse cheiro e guardá-lo bem guardado.
E perdi-me no tempo a olhar-te.
Tudo em mim eram olhos que te sentiam. O teu olhar, o teu jeito de ser.
Tu.
Foi assim que te olhei, completamente nu.
O tempo passou devagar devagarinho, enquanto
eu cheirava e te olhava com vontade de querer.
Querer querer querer.
“Não posso mais, tenho de me aproximar!
Vou bem perto e roubo um pouco mais de aroma
e talvez ganhe coragem e talvez ganhe um beijo quem sabe.”
Só eu é que sei.
Os versos não chegam para fantasiar aquele momento que me fez sonhar.
Sonhei que éramos nós. Tu e eu unos num beijo perfeito,
sem tempo intemporal. Como se o acordar não existisse.
Agora somos nós, é a nossa vez de sonhar.
Anda, beija-me e vamos juntos sonhar.
Como é difícil esquecer.
Tanto te quis só para tanto te querer.
O adorar-te tornou-se a minha respiração. Respirava-te a cada olhar.
Suspirava por mais um beijo, mais um pouco de perfume,
mais um pouco de nós enquanto nós.
Divagava durante horas à espera de nós.
Tanto esperei e tanto gritei… fiquei sem voz.
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