Abismado com as cores fortes da surpresa
percorro caminhos parcos em beleza.
Sozinho sonho encontrar a mistura…
Que me traga espirros de doçura.
Os lábios adocicados pela promessa
fazem-me correr a tudo sem ter pressa.
Na dúvida dos sabores incertos revelados,
guardo os segredos da luxúria bem guardados.
Depois de muito provar e ser provado!
Provo que reprovo o reprovado.
Aceito o sabor agridoce que se manifesta
sem outro remédio senão fintar a fina aresta.
A pouco e pouco vou aprendendo a lição,
dos dissabores agrestes temperados na desilusão.
Enfrento o muro dos pregos e vidros cortantes
e vou digerindo o que posso e não podia antes.
É como cozinhar debaixo do lume e ser cozinhado.
É como disparar a correr pelo arco-íris e ser rasteirado.
Bem-vindo ao meu blog de poesia. Aqui publico com irregularidade os meus poemas. Na página principal só consegue ver dois, pois não quero uma página infinita. Para ler mais basta seguir os "links" do lado esquerdo. Após a publicação do primeiro livro, a divulgação continua a ser a palavra de ordem. Por isso, espero pelos seus comentários e se gostar, partilhe! Obrigado e boas leituras.
Friday, February 25, 2011
Friday, February 04, 2011
Quadrado Circular
.
Numa esfera quadrada correm as inquietações
do poeta apaixonado. Procura palavras que descrevam
o sentimento que almeja e pensa não alcançar. A Lua
rege o seu sentir, matreira. Com as suas fases, torna
o poeta descontrolado, aturdido pelas constantes
mudanças de luz. É na noite que o miúdo se encolhe,
se esconde e aguarda a chegada dos monstros do
armário, os monstros que assolam a sua solidão.
A ténue luz que vem lá de fora abrilhanta o medo sujo
e inocente.
Mas o miúdo graúdo acredita que é diferente.
Acredita que é poeta. Acredita no sentimento maior
que aquece o coração do homem, que o torna uno,
completo, inteiro.
O miúdo sonha de noite e o graúdo vive de dia.
A Lua só reflecte luz à noite e durante o dia
apaga-se.
A esfera continua quadrada, com arestas que
impedem o sentimento de circular.
Numa esfera quadrada correm as inquietações
do poeta apaixonado. Procura palavras que descrevam
o sentimento que almeja e pensa não alcançar. A Lua
rege o seu sentir, matreira. Com as suas fases, torna
o poeta descontrolado, aturdido pelas constantes
mudanças de luz. É na noite que o miúdo se encolhe,
se esconde e aguarda a chegada dos monstros do
armário, os monstros que assolam a sua solidão.
A ténue luz que vem lá de fora abrilhanta o medo sujo
e inocente.
Mas o miúdo graúdo acredita que é diferente.
Acredita que é poeta. Acredita no sentimento maior
que aquece o coração do homem, que o torna uno,
completo, inteiro.
O miúdo sonha de noite e o graúdo vive de dia.
A Lua só reflecte luz à noite e durante o dia
apaga-se.
A esfera continua quadrada, com arestas que
impedem o sentimento de circular.
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