.
Memória. Pactuar com a reminiscência
invasiva, precisa e descolorida
como a verdade que nunca é querida.
Cisma desprovida de paciência.
Entramos devagar pelas portas do desconhecido
onde grita um mudo de tudo sem alarido.
Contínua… a hemorragia do sentimento atroz,
apaga qualquer resquício de sobriedade.
Sem sombra de luz que ilumina a saudade
agitando a intencionalidade descabida e veloz.
Encontrar o sentido do céu vermelho
que desenha o imprevisto reflexo no espelho.
Ah! E tentar desenhar o invisível
em tela sem fundo e sem suporte,
aproxima-se o azar e afasta-se a sorte
brincando com o sonho indizível.
E narrar os episódios intermédios.
Esquecer todos os delinquentes assédios.
Iludimo-nos em observações vagas
e justos julgamos os jovens aprendizes
que crescem e florescem tentando ser felizes.
Inúteis como luzes rejeitadas e amargas.
Realizamos sonhos fartos de acordar
na pobreza real em que temos de sonhar.
Acende-se uma vela de luz fugaz,
na tentativa de iluminar o sentir desenfreado.
Coração que palpita num bater ritmado
personificando o temperamento do amante voraz.
Uma harpa lança notas agudas na canção do louco,
poeta de mitos e ditos que sabem a nada, que sabem a pouco.
Bem-vindo ao meu blog de poesia. Aqui publico com irregularidade os meus poemas. Na página principal só consegue ver dois, pois não quero uma página infinita. Para ler mais basta seguir os "links" do lado esquerdo. Após a publicação do primeiro livro, a divulgação continua a ser a palavra de ordem. Por isso, espero pelos seus comentários e se gostar, partilhe! Obrigado e boas leituras.
Wednesday, December 16, 2009
Saturday, December 12, 2009
Defesa
.
Não posso falar de tristeza com ligeireza.
Com certeza.
Nem sequer penso em tentar perceber tamanha avareza,
mas assumo as rédeas e cavalgo com destreza.
No entanto, ai de mim! Que o peso que carrego pesa!
É como ser plebeu e andar armado em realeza.
Assim, afundo-me lentamente e fico agrilhoado na profundeza.
Tudo é turvo, não consigo ver com clareza.
E de repente… surpresa!
Mas não, afinal não era a minha princesa…
Mesmo assim, transformo-me e afirmo, com firmeza:
Faço-me Rei num reino de pobreza.
E mais ninguém, senão eu próprio e sem estranheza,
percebe porque jogo à defesa.
Não posso falar de tristeza com ligeireza.
Com certeza.
Nem sequer penso em tentar perceber tamanha avareza,
mas assumo as rédeas e cavalgo com destreza.
No entanto, ai de mim! Que o peso que carrego pesa!
É como ser plebeu e andar armado em realeza.
Assim, afundo-me lentamente e fico agrilhoado na profundeza.
Tudo é turvo, não consigo ver com clareza.
E de repente… surpresa!
Mas não, afinal não era a minha princesa…
Mesmo assim, transformo-me e afirmo, com firmeza:
Faço-me Rei num reino de pobreza.
E mais ninguém, senão eu próprio e sem estranheza,
percebe porque jogo à defesa.
Tuesday, December 08, 2009
Eclipse
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Hoje acordei e não vi o Sol.
Decidi esperar pela noite para perguntar à Lua:
Que se passa? Que aconteceu ao Sol?
O Sol ficou triste e deixou de brilhar,
disse-me ela.
Não consigo dormir hoje à noite.
Perguntei a toda a gente:
Porque tinha de ser assim?
Porque não podia ser diferente?
Ao que toda a gente me respondeu:
O Sol não brilha porque não o queres ver brilhar.
Eu respondi a toda a gente:
Não, não consigo ver o Sol…
e não posso viver só com luar.
Hoje acordei e não vi o Sol.
Decidi esperar pela noite para perguntar à Lua:
Que se passa? Que aconteceu ao Sol?
O Sol ficou triste e deixou de brilhar,
disse-me ela.
Não consigo dormir hoje à noite.
Perguntei a toda a gente:
Porque tinha de ser assim?
Porque não podia ser diferente?
Ao que toda a gente me respondeu:
O Sol não brilha porque não o queres ver brilhar.
Eu respondi a toda a gente:
Não, não consigo ver o Sol…
e não posso viver só com luar.
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