Sunday, November 22, 2009

Estou só a pensar em ti...

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Tenho os nervos todos alterados pela falta
de qualquer coisa e a sensação de constante procura.
Apercebo-me que a solidão faz parte da condição humana,
que mesmo acompanhados estamos sempre sós.
Indivíduos, indivíduo.
Só, à procura de ti…
Não há dualidade, apenas uniformidade de sentimentos
aglomerados dentro de mim; vontades e desejos de explodir
e rebentar de sensações.
Só, à procura das emoções.
De braço dado com a solidão, sonho um dia perceber a minha
condição, o meu sentir desprovido de qualquer tipo de controle.
E quando chegar a hora, se chegar a hora, na hora que ela chegar,
espero conseguir compreender, enxergar e ver.

Só.

Estou só à procura de ti, não consigo fazer mais nada.
Estou só, à procura de ti.
De ti…
Companheira solitária nos momentos desacompanhados
da solidão.
Estou nervoso, estou e não estou…
Só. Á procura de ti.

Saturday, November 14, 2009

Verdade

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É indubitável, inegável e irrefutável.
A mentira veio para dizer a verdade
do verdadeiro mentiroso, da desfeita incontrolável.
Não há verdade mais certa, mais palpável.

Como as palavras que escorregam por estes versos,
que estruturam a mensagem do decepcionado…
as mentiras vergam a vontade dos crentes dispersos,
daqueles que verdadeiramente acreditam que são espertos!

Coitados, não conseguem distinguir o certo do errado,
vêm tudo turvo e falham nas avaliações que fazem.
O verdadeiro enganador nunca se convence, coitado…
Que quem se engana é ele mesmo, a mentir desajeitado.

E agora, quem consegue mentir a verdade?
Eu não sou! Mas finjo que consigo, mentiroso.
Quem tem coragem para a única realidade?
Todos crescemos adultos e ficamos, aldrabados, na mocidade.

É a verdade, a única e ininteligível verdade:

(…)

Friday, November 13, 2009

Sem Título

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A rotina acabou este verso inacabado
e o verso ficou completo e eu fiquei rotinado.
A palavra é sempre a mesma, estou trocado,
troco esta por aquela até o poema estar terminado.

Assim, brinco aos poemas e vou dizendo sentimentos,
sinto que as palavras valem a pena mesmo que os versos sejam lentos.

Lentamente sou escrito e descrito com a pena desvairada,
pois várias são as razões de uma natureza trocada.
Todo trocado alterno entre o tudo e o nada
que por sua vez alterna com a tinta esborratada.


As palavras fazem troça de mim, malditas!
Mal dizendo fico assim… a sonhar, acreditas?

E a fingir, devagarinho vou dizendo umas verdades,
verdadeiras essências que não me matam saudades.